Entretenimento Audiovisual

Critica: Desalma" é a série de terror brasileira que elevou o nível de produções da Globo

Bruxaria, tradições eslavas e sobrenatural são apresentadas ao longo dos dez episódios da série original da Globoplay.

Por Rafael Rodrigues

29/10/2020 às 14:42:21 - Atualizado há
Foto: Divulgação/Globoplay

[Atenção, contém spoilers!]

Ao contrário da fracassada tentativa de um thriller nacional em "Supermax" - série que conta a história "macabra" de 12 participantes de um reality show apresentado dentro de um presídio de segurança máxima no meio da Amazônia -, exibida em 2016, parece que a Rede Globo acertou a mão ao fazer os telespectadores literalmente "mergulharem" na trama de "Desalma" (2020).

Gravada em junho de 2019 e ambientada na serra catarinense, a série exibida no Globoplay, lançada na última semana, encanta quem gosta de uma boa mistura de terror, suspense e culturas antigas ao trazer à tona as tradições de descendentes de imigrantes de uma Ucrânia desconhecida no Brasil.

A pacata cidade de Brígida é o ponto central da produção, onde ocorrem coisas sobrenaturais ligadas a antigos rituais de bruxaria ucranianos de 1988, durante a celebração da tradicional festa de Ivanà-Kupala - feriado eslavo originalmente comemorado na noite mais curta do ano - onde acontece o assassinato da jovem Halyna (Anna Melo).

Foto: Divulgação/Globoplay

Trinta anos depois os fantasmas daquela noite macabra dos anos 80 retornam ao pequeno vilarejo em busca de um "acerto de contas" que afeta as famílias Skavronski, Lachovicz e Burko.

A impecável fotografia, a escolha da trilha sonora, com diversas canções eslavas que transportam o espectador para aquele ambiente, e a ousadia de inserir elementos nunca antes vistos em produções brasileiras, deram um grande gás à série e fizeram com que ela se igualasse à diversas produções internacionais do seguimento. Não à toa a produção de Ana Paula Maia será exibida fora do Brasil pela norte-americana Sony Pictures.

Foto: Divulgação/Globoplay

O roteiro, por sua vez, pode ser considerado cansativo devido à lentidão na resolução das situações, massante para uma produção de terror contada em dez episódios. No entanto, as atuações de Cássia Kiss (Haya), Claudia Abreu (Ignes), Maria Ribeiro (Giovanna) e do pequeno João Pedro Azevedo (Anatoli) fazem com que, como mágica, o espectador não pisque os olhos durante a exibição das cenas.

Com a volta à vida de Halyna (Anna Melo) e Roman (Nikolas Antunes) e o misterioso aparecimento de Aleksey Skavronski (André Frateschi), no último episódio, "Desalma" acerta o ponto e deixa ansioso quem já espera uma segunda temporada, já confirmada pela Globo.

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